Advogada, Escritora, Ativista Cultural, Natural de Santo André, Estado de São Paulo. Acadêmica, Cadeira n. 43 - Academia Nacional de Letras Portal do Poeta Brasileiro - ANLPPB www.anastoppa.prosaeverso.net

21
Out 13

Quanto eu era criança

Meu  mundo era colorido

Amava andar descalça

Ver a chuva na vidraça

 

Quando eu era criança

Conversava com o Sol

Dava boa noite à lua

Alegre contava estrelas

 

Quanto eu era criança

Não conhecia o medo

Nem a solidão dos segredos

Adorava meus brinquedos

 

Quando eu era criança

Tinha a  face  rosada

Adornada pelas tranças

Com laços cor de esperança

 

Quando eu era criança

Amava brincar de rodas

Cantar  as muitas cantigas

Ter fadinhas como amigas

 

Quanto eu era criança

Conversava com os anjos

Na serenidade das preces

No silêncio da harmonia

 

Quanto eu era criança

As lágrimas eram poucas

As ruas  repletas se flores

Minhas manhãs coloridas

 

Quanto eu era criança

A voz de minha santa mãe

Era  pura sinfonia de Deus

A embalar os sonhos meus

 

Quanto eu era criança

Meu pai, um grande herói

Contava muitas histórias

Todas em minha memória

 

Foram-se os muitos barcos

Pra o meu mar imaginário

Morada da doce infância

Quando eu era criança...

 

 

Ana Stoppa

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 03:38

21
Mai 13



Adorável Visita

   
 
Passava das oito da noite quando Adélia ouviu tocar a campainha.
 
Esparramada no sofá após um dia exausto,  atendeu sem a mínima vontade  diante da insistência.
 
Vivenciava  momentos difíceis – fim de um relacionamento antigo, distância dos amigos, solidão.
 
Entorpecida pelo silêncio noturno emoldurado pelas longas madrugadas
pouco fazia  para si.
 
Meio que no automático cumpria as atividades profissionais, para o restante especialmente o lazer cerrara as portas por tempo

indeterminado.
 
No portão uma menina – devia ter uns 8 anos no máximo.

Antes que Adélia perguntasse o que buscava, a pequena expressando um largo sorriso adornado pelo brilho dos olhos disse

que precisava de um abrigo.
 
Estranhou  o pedido.

De onde veio esta menina -  pensou.
 
O semblante terno da criança foi suficiente para que abrisse o portão.
 
Convidou-a para entrar.
 
- Quero um abraço, você pode cuidar de
mim apenas por hoje?
 
A voz meiga e a  confiança  passaram para Adélia a impressão de que conhecia a criança.
 
Afagou-a com ternura, ofereceu a poltrona branca,pediu que se sentasse enquanto preparasse um lanche.
 
Sentiu uma alegria com a presença, percebeu o quanto amor poderia  compartilhar, o quanto tempo estava perdendo

se fechando para a vida.
 
Conversaram muito!
 
- Que menina encantadora!
 
- E seus familiares, sabem que você está por aqui?
 
- Sabe sim!
 
A senhora não me observa, mais todos os dias estou no lado oposto da calçada. 
 
Percebo que muitas vezes a senhora entra chorando.

Não a vejo sair de casa a não ser para o trabalho, nunca vi visitas.
 
E as luzes  estão sempre apagadas.
 
Pensei, esta moça deve ser triste.
 
Por isso bati no seu portão.
 
Na minha família somos todos assim.
 
Desde pequenos somos orientados  para ajudar o próximo, no que ele mais precisa
– o calor humano.
 
Minha mãe sabe que estou aqui,  posso ficar até amanhã.
 
Adélia não sabia o que dizer!

Como uma menina daquele tamanho dizia coisas com tanta propriedade?
 
Enquanto ouvia sentiu abrir as emperradas janelas da alma.
 
Abraçou demoradamente a criança de quem nem o nome sabia.
 
Não precisava, a felicidade do momento bastava.
 
Preparou  a cama com um lençol bordado pela mãe com margaridinha adornados de renda.
 
Trocou a fronha do travesseiro de macela, perfumou o quarto ofereceu para a menina dormir.
 
Maravilhada com o acontecido,  adormeceu na cama ao lado.
 
Ao despertar  notou que a pequena havia partido!
 
Percebeu que algo mudara  naquela manhã.
 
Sentiu paz, alegria, felicidade, vontade de compartilhar abraços, de apagar o passado, de recomeçar

a vida.
 
Mais que isso, através da prece agradeceu a graça recebida do Pai Celestial simplesmente por

estar viva.
 
Os sonhos adormecidos no arquivo das tristes lembranças deram lugar para as recordações

da infância.
 
Corridas, brincadeiras de rodas,  pular cordas,  amarelinha, jogar bolinhas de gude, peteca, brincar de

casinha e boneca. 
 
Saudades de um tempo distante.
 
Quando deixava a casa rumo ao trabalho reparou na soleira da porta de entrada um perfumado papel

  cor-de-rosa dobrado como origami.
 
Pegou-o com cuidado.
 
Na primeira dobra estava escrito – Adélia, para você!
 
Abriu-o delicadamente quando viu a foto da sorridente menina que tanta alegria lhe trouxera na

noite anterior.
 
Logo abaixo a mensagem escrita em letras douradas.
 
"Querida Adélia,  obrigada por  reabrir as portas do coração para me receber de volta em sua vida!"
 
Ao final a assinatura... 
 
Carinhosamente, Esperança,
(Filha do Amor e da Bondade).
 

 
(Ana Stoppa)

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 04:28

10
Mai 13


 


Mãe, Amor Eterno.



Na saudade que faz densa a alma

Sinto mãe tua voz serena e calma
Vejo-me  criança em teus braços
Quanta falta me faz o teu abraço!
 


Teu sorriso mãe, era  estrela guia
Onde  trevas se faziam luz do dia
Nas lágrimas  a tua palavra amiga
Encorajava-me dizendo  prossiga!

 

Quantas vezes busquei teu ombro
Sentindo a   alma entre escombros
Bastava  mãe  teu olhar abençoado
Para sentir-me por inteiro apoiada

 
Entendias  sabiamente meu silêncio
Tanto carinho teu coração revelava
Quando nas vias escuras do  pranto
Reacendias  as estrelas do encanto

 

Busco nas lembranças tua imagem
Tua força,  teu amor, tua coragem
Hoje fé renovada através da prece
Porque amor de mãe jamais fenece!


Ana Stoppa

 

 

 

 

 

Nota da Autora:Minha querida mãe Aparecida Bonfanti Stoppa aos

                     27.04.2013 retornou para a casa do Pai Celestial.

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 10:06

07
Mai 13



E EU QUE PENSAVA SER VOCÊ ETERNA



E EU QUE PENSAVA SER VOCÊ ETERNA
JAMAIS ME  DEI CONTA  O QUE SERIA
SUPORTAR TUA PARTIDA INESPERADA
SENTIR A DOR DE SER DE TI SEPARADA

 
E EU QUE PENSAVA SER VOCÊ ETERNA
AGARRADA A UM   FIO DE ESPERANÇA
IMPLOREI A DEUS NA LUZ DA AURORA
VER-TE SORRIDENTE  COMO OUTRORA

 
E EU QUE PENSAVA SER VOCÊ ETERNA
RETORNEI AOS CAMINHOS PASSADOS
SENTI FELIZ  A PAZ  DO TEU ABRAÇO
SUBLIME  TERNURA NESTE  CANSAÇO

 
SONHOS DESCORADOS NA REALIDADE
IMPIEDOSOS  REJEITAM A  ESPERANÇA
DE VER ENTRARES POR AQUELA PORTA
DIZENDO FILHA TUA DOR ME IMPORTA

 
SOTURNA  AGONIA  VIVENCIO AGORA
DIANTE DA TUA PARTIDA INESPERADA
SAUDADE  QUE FAZ TRISTE A ESTRADA
SABENDO QUE SEM TI NÃO SOU NADA

 
PRECISO RECONSTRUIR AS LEMBRANÇAS
CONFORTAR O CORAÇÃO DESESPERADO
AGARRAR-ME AO DEUS QUE NOS GUIA
 ESPERANDO  REENCONTRÁ-LA UM  DIA.



Ana Stoppa

 
 
 
 
 

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 00:37
tags: , ,

Abril 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
11
12

13
14
15
16
17
18
19

20
21
22
23
24
26

27
28
29
30


subscrever feeds
arquivos
mais sobre mim
pesquisar
 
Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

blogs SAPO