Advogada, Escritora, Ativista Cultural, Natural de Santo André, Estado de São Paulo. Acadêmica, Cadeira n. 43 - Academia Nacional de Letras Portal do Poeta Brasileiro - ANLPPB www.anastoppa.prosaeverso.net

16
Abr 13

 

Risca De Giz


Gira feliz Carolina

Na brincadeira de rodas
Roda a saia engomada
Parece sonhar acordada

 

Pula cordas Ana Rosa

Gasta contente a energia
Cantarolando dengosa
A canção da alegria

 

Na fila da amarelinha
Riscada de giz no chão
Inês espera a sua vez
Pra pular sem timidez

 

Anita toda charmosa
Conversa com a boneca
Cíntia convida as amigas
Para o jogo de peteca

 

Lelê roda o bambolê
Amarelo, cor de ouro
Ciça vem pra brincadeira
Para plantar bananeiras

Clarice joga tamborete
Com a amiguinha Alice
Adoram correr e  brincar
Bom é esportes praticar

 

Ao final de todas as tardes

Cada qual escolhe um livro
Nos momentos da  leitura
Lazer, aprendizado, doçura.

 

Ana Stoppa

 

 

 

 

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 07:35



Plantando Sonhos


 
 
Pedrinho chegou todo satisfeito com o brinquedo  que ganhou  da vovó Liana.

- Um copinho colorido  com uma haste encaixada na tampa,  na ponta  uma argola vazada. 

- Mamãe, como brinca com este brinquedo?

Pergunta o pequeno com três anos de idade.

-Ah filho isso é um brinquedo para  fazer bolinhas de
sabão.

Muito legal!


Vem aqui no quintal perto da casa do  Tutuco,
( o salsicha  de estimação da família),vem Pedrinho,
a mamãe vai te ensinar a brincar!


Fascinado como brinquedo colorido o menino
observou atentamente a mãe abri-lo.


Simone retira a haste,  mostra para o pequeno dizendo:

- É muito fácil querido, aqui dentro tem  uma mistura de  água e sabão.

Tá vendo as argolinhas?

Então, quando você tirar do tubo as argolinhas saem
molhadas na mistura.


- Que mistura mamãe?

De água e sabão.

Em seguida,  retornou a haste para o  frasco colorido.

- Filho, vamos contar ...

Um...Dois....Três!

No três você sopra devagar perto dos  círculos.

Pedrinho obedeceu.

Dezenas de bolas multicoloridas  brotaram, como que por magia!

O garoto ficou maravilhado.

- Filho você pode pegá-las, veja!

- Não mamãe, não quero! 

Mamãe, não quero que você pega -  disse  quase que
em tom de súplica.


Mesmo sem entender, Simone parou diante da carinha pensativa.

Esboçou abraçá-lo, quando ouviu:

Mamãe, a gente não pode pegar, é preciso deixar
nascer...


-  Nascer o que  filho?

Não pode pegar,  mamãe -  repetiu.


Precisa  plantar!

Plantar o que Pedrinho?

Mamãe, plantar as bolinhas coloridas para nascer um montão de  Arco-Íris!




(Ana Stoppa)

 
 
 
 
 
 
 


publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 07:31

14
Abr 13




O Sapo Silvino e a Rã Martinica



  
Silvino o sapo,  se achava o tal
Na grande lagoa era o maioral
Vivia alardeando a sua beleza
A casa bonita, o ouro a riqueza
 
 
Não dava bom dia nem pra cotia
Banquete de insetos todos os dias
Na casa de luxo, de amigos vazia
Pensava assim,  sentir a alegria

 
A rã Martinica tentava ensinar
Ao sapo Silvino a compartilhar
O valor da paz e da   amizade
A prática contínua da bondade
 
 
De nada valia os sábios conselhos
Silvino se achava bonito no espelho
Zombava de todos sem sentir pena
Cego não via a  sua alma pequena
 
 
Até que um dia  sob sol escaldante
Assistiu a partida da  rã Martinica
Dizendo que iria para a Costa Rica
Na companhia de Estrela, a cotia.

 
Aos poucos os bichos se foram
A água sumira até nas barragens
Silvino se viu  de repente sozinho
Triste paisagem, escuro caminho.
 
 
Sozinho na margem da triste lagoa
Sentiu que assim a vida não é boa
Chorou  solitário diante do vazio
Saltou  apressado em busca do rio
 
 
No fim da tarde ao ver a água farta
Mudou  de atitude, buscou amizades
Fez-se  gentil, mostrou simplicidade
Aprendeu aos poucos sobre felicidade
 
 
Ninguém  será melhor que o outro
Tampouco é capaz de viver sozinho
Silvino aprendeu, em tempo a lição
Hoje revela um grandioso coração!



( Ana Stoppa)

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 01:48
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03
Abr 13


Cristal, A Corujinha Cantora -  Conto Premiado 2. Lugar  Projeto Alma Brasileira  13.03.13






Cristal, A Corujinha Cantora.


Cada ser vivente tem o seu valor - ensina a Dona Tita, a borboleta monarca, lá na Escola das Borboletinhas frequentada pelas aves do lugar.

As pessoas, as plantas, os animais, as aves, os insetos e tudo o que Deus colocou para povoar
o mundo.

- Como assim professora?

Pergunta o Canário Zezo interessado no assunto.

Zezo -  diz  DOna Tita com a doçura própria dos bons educadores.

É muito importante que você e seus amiguinhos aprendam a respeitar os valores e as limitações dos semelhantes, que sempre pratiquem o bem.

Mais do que isso, digo para vocês - a gratidão é um sentimento que deixa as portas de todos os ninhos abertas.

Não entendi, diz Zezo.

- Simples.

Na aula de ontem quando falamos sobre solidariedade todos viram o exemplo da
Joaninha Jojoba - pratica voluntariado, ajuda os demais bichinhos do jardim, protege o meio ambiente e ainda ensina boas maneiras aqui na escola aos finais de semana.

Você mesmo, quando pedem leva o alimento no ninho para os filhotes órfãos, carrega palha para aquecê-los, e se preciso os protege dos predadores, certo?

-Claro Professora, gosto de ajudar!

Pois bem, falando em solidariedade gratidão e bons atos contarei para todos a história da Corujinha Cristal.

Como filha única Coruja Criselda e do Corujão Bonifácio era cercada de todos os mimos.

Ninho com plumas macias, frutas frescas, água
da cachoeira, passeios e carinho dos pais.

Logo nas primeiras revoadas, quando ouviu o canto suave do uirapuru ficou toda jururu,
pois queria cantar.

Dona Criselda já não sabia mais o que dizer quando Cristal pedia para cantar.

- Minha filha, o nosso canto é o piar, diferente dos outros pássaros, mais nem por isso deixa
de ser bonito!

É a nossa característica!

Com paciência explicava as diferenças e o
talento de cada um.

Nada adiantou.

Certo dia Cristal fez amizade com Heráclito – pássaro formoso, dono do mais lindo canto!

- Ensina-me a cantar Heráclito?

Vocalizes, solfejos, exercícios – apenas o
piar afinara.

Heráclito explicou, após longo período de exercícios que aquele som era o melhor.

Que nada!

Cristal, ao invés de agradecer as lindas penas,
os olhos brilhantes, a agilidade no voo
e o carinho da família queria cantar como
os uirapurus.

De tanto insistir certo dia Heráclito teve uma ideia....

- Cristal, venha comigo!

Vamos passear no campo!

Daí eu canto e você dupla.

Assim todos pensarão que a voz é sua!

Vaidosa como ela só não pensou duas vezes.

Tomou banho de cachoeira, perfumou-se de
dama da noite, saiu sem avisar rumo à aventura.

Heráclito a esperou pelo menos umas duas
horas.

- Até que enfim!

Pronta para “cantar”?

- Claro Heráclito, nosso plano vai dar super
certo!

- Quero ser conhecida como a Cristal a
Coruja Cantora!

Em seguida voaram para o ipê florido, morada
de várias espécies de pássaros, repleto de ninhos!

A coruja escolheu um galho para pousar, de
modo que pudesse ver Heráclito a fim de
dublar com perfeição.

Quanto Heráclito fez o sinal, soltando os primeiros trinados, Cristal, sem cerimônia começou a cantar, quer dizer – dublar.

Os moradores do grande ipê ficaram maravilhados com o canto e mais ainda com
a novidade!

- Uma coruja cantando...

Heráclito já não aguentava mais - quinze melodias....

Voou para perto de Cristal, disse que iria parar.

- De forma alguma, não vê que todos me
aplaudem!

- Se você for embora acabou o show...

Muito educado prolongou o empréstimo da voz”  por mais de uma hora - fizer aaquilo apena spara ajudar Cristal.

Ao final da apresentação todos aplaudiram, queriam saber onde seria o próximo espetáculo, pediram autógrafos, tiraram foto,etc.
Foram muitas luas de alegria para Cristal, ninguém desconfiava do blefe.

Quando Heráclito tentava dizer não,
desesperada pedia para continuar.

Penalizado, o pobre pássaro não sabia como
sair da enrascada que ele mesmo arrumara.

Até que um dia amanheceu doente.

À tarde teria que se apresentar !

A coruja levou-lhe remédios, alimento, paparicou e nada!

Heráclito estava com um dor de garganta, daquelas de derrubar.

- E agora!

- Perguntava desesperada.

Heráclito respondia com mímicas, o canto
não saia!

Cristal voou rasante perto das árvores onde
seria o show da tarde!

Todas repletas de pássaros esperando o espetáculo....

- Meu Deus o que faço agora!

Correu para casa procurar a mãe, que até então não sabia da farsa.

Relatou a louca aventura, as mentiras.

- O que você faz?

Ora, cante com a sua voz!

- Mamãe mais eu só sei piar!

- Pois então pie!

Quem disse que o piar não é harmonioso?

Depois filha, cada qual tem o seu valor.

- Mais vão descobrir que era o Heráclito
quem cantava mamãe!

- A escolha foi sua Cristal, quando arquitetou
se apossar do talento alheio, desprezando seus valores,  em busca da fama ilusória  não pediu conselhos.

Pois bem minha filha, diante desta situação só tem uma saída honrosa - diga a verdade!

Os pássaros estranharam quando Cristal
chegou desacompanhada.

Heráclito, apresentado nos shows como “empresário” era figura conhecida entre a passarada.

Desta feita Cristal estaria sozinha.

Estava atrasada, mal pousou no palco ouviu o
coro uníssono – começa....começa...começa...

Sem saber o que fazer.

Olhou para as estrelas, pensou nas lições da mãe, em seguida cantou - quer dizer piou.

Qual não foi a surpresa!

Foi efusivamente aplaudida!

Tico, o canário porta voz da passarada ao final do espetáculo subiu no palco, pediu a palavra.

Cristal – falou comovido, que maravilha de
canto!

Quanta originalidade no seu piar!

Precisávamos de algo novo!

Parabéns pelo talento!

Enquanto Tico discursava, a passarada
aplaudia.

Cristal não sabia o que dizer...

Nem notaram a ausência de Heráclito...

Feliz voou para a toca, Mamãe Criselda recebeu-a carinhosamente.

Já sabia do ocorrido, os canários do reino se encarregaram de antecipar.

Satisfeita com a atitude da filha, preparou-lhe
o ninho para o merecido descanso.

Cristal adormeceu sob as asas da mãe, feliz
por acreditar nos próprios valores.

Heráclito seria apenas o bom e fiel amigo,
nada de dublá-lo!

Mais que isso – aprendeu desde então a agradecer a Deus as virtudes que ele empresta!

O piar original, verdadeiro, espontâneo, simples, demonstrado com o coração tornou-se o
mais harmonioso canto!

- Que história linda Dona Tita, exclamou Zezo!

Imagino se a Cristal ficasse sempre na dependência de Heráclito, jamais descobriria
seu talento...

Mais que isso Zezo – através da verdade,
Cristal descobriu os próprios valores e com
isso encontrou a liberdade!


(Ana Stoppa)










publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 19:03

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