“FLOR DO PANTANO”
Uma flor brotou do pântano,
Não era “vitória-régia”,
Não era catalogada;
Uma flor brotou no pântano...
Sem perfume, sem nome, sem cor...
Era simplesmente uma flor...
A noite calada, longa e
Solitária, foi o único espectador
Que presenciou o momento,
Do desabrochar da flor...
Uma flor brotou no pântano...
Plantas aquáticas verdejantes
Ao redor, porém silenciosas,
Gélidas...
Uma flor brotou no pântano...
Amanheceu e o sol causticante
Imperioso, reluzente murchou a
Flor...
Plantas aquáticas verdejantes
Ao redor, porém silenciosas,
Gélidas...
Anoiteceu.
As estrelas presenciaram
O singelo espetáculo na calada
Do luar:
Tal qual plantas aquáticas,
Gélido e silencioso moveu-se
O lodo do pântano...
Lentamente, à medida que a madrugada
Fazia se anunciar pelo cantar solitário
Dos pássaros nos montes, a areia movediça
Engoliu a flor...
Uma flor brotou no pântano...
A areia movediça engoliu a flor...
Que era sem perfume, sem nome, sem cor,
Era, contudo uma FLOR!
Ana Stoppa