Advogada, Escritora, Ativista Cultural, Natural de Santo André, Estado de São Paulo. Acadêmica, Cadeira n. 43 - Academia Nacional de Letras Portal do Poeta Brasileiro - ANLPPB www.anastoppa.prosaeverso.net

11
Abr 13

Educar é dom, é missão divina.

 

Educar é deixar a própria existência renegada a um segundo plano, para fazer do magistério a razão maior da vida.

 

Educar carece de fé, amor, perseverança e paciência.

 

Educar, se assemelha a semear - o momento exato de preparar a terra, de adubar, de aguar, de verificar o tipo de solo, as possíveis

pragas, os defensivos.

 

Educar é esperar a semente germinar - umas se apressam em brotar, nascem viçosas, crescem, quase que sozinhas,

florescem e frutificam à vista do agricultor, sem perigo de pragas, sem perdas na colheita.

 

Outras, demoram, precisam de cuidados constantes, de olhos atentos quanto às possíveis infestações.

 

Os frutos nascem aos poucos, tímidos e mirrados.

 

Educar exige principalmente o exercício diário da compreensão e do perdão.

 

Educar é repentinamente perder o chão, ante uma atitude imatura do educando, ante à afronta – quando no fundo

tais comportamentos revelam por assim dizer um pedido de socorro.

 

Educar exige o pulso firme, como o do homem do campo, que mesmo penalizado se vê obrigado à podar, à aparar a

planta para florescer.

 

Educar é missão, e como tal conduzida pelo desígnio divino, pela Providência.

 

Educar é oferecer a mão amiga, a palavra de acalanto, é saber apreciar o perfume da rosa, apesar de tantos espinhos.

 

Educar é abraçar, é exercitar diariamente a compreensão.

 

É regar a planta que teima em não germinar, com a água da vida,a água do perdão, a água do amor.

 

Educar é preparar a geração futura na transitoriedade da breve existência, é ter a certeza que pelo viver cotidiano, dia a ]dia o mundo fica melhor.

 

Educar é ter sempre no coração, mesmo nos momentos mais difíceis, quando a seca de incompreensão teima em brotar, a certeza do dever cumprido.

 

Educar traduz em felicidade o mínimo progresso do educando, revigorando a paz interior, quando se encontra frente à frente com

o Pai Maior nos momentos de oração.

 

É sentir na alma a superação das barreiras, a compreensão do incompreensível, o revigorar das forças.

 

A terra é árida, as sementes são muitas.

 

Educar é saber que, não importa o tempo, mas as sementes germinarão, ainda que lançadas sobre pedras, posto que o amor atinge a mais resistente das rochas.

 

Afinal, somos parte do mesmo Universo!  Ana Stoppa

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 08:44

06
Abr 13

                                                                                                 


Início do ano letivo - tempo de repensar, de esvaziar as gavetas da omissão, de abrir o coração para a solidariedade, de se fazer a soma necessária - família, estudante e escola para que todos tenham um País melhor.

O corre-corre em busca da extensa lista de materiais, aquisição dos uniformes, mochilas, novos calçados.

Correria também para ajustar os horários de forma a conciliar com as demais atividades – cursos de idiomas, esportes, artes, música, balé, teatro.


Uma lista infindável.

Obvio que esta é a realidade da minoria abastada.


Na periferia dos grandes centros país desempregados, famílias numerosas, baixa renda, revelam outra realidade para os estudantes.

A impossibilidade de adquirir os materiais escolares para o ano letivo.


Obrigatoriamente se contentam com os restos de folhas em branco de cadernos do ano anterior, livros usados e o escasso material doado pelo programa governamental.

A realidade para estas famílias se mostra dura – estudantes que dependem da merenda escolar considerada como a melhor refeição do dia.

Não são poucos os ansiosos que esperam receber um par de tênis usados, algumas roupas doadas, o passe escolar, uma mochila descartada, alguns lápis e o mínimo de material para iniciar mais um ano.


Destaque-se que para estes além de não ter não conseguem muitas vezes ser.

Os mais abastados simplesmente descartam os materiais restantes do ano anterior – cadernos com poucas páginas anotadas, réguas, compassos, esquadros, lápis de cor canetinhas de todas as cores, mochila e uniforme, apenas porque se cansaram.

O consumismo corre solto a ordem determina tudo novo.
Mais, nem sempre o novo abriga uma nova vontade, a responsabilidade, a dedicação a conscientização de que não existe outro caminho para se tornar um cidadão responsável nem sempre faz parte do cotidiano de uma grande parte dos jovens.

Lamentavelmente não são poucos os que ostentam material escolar impecável, moderno e as vezes de grife para ao final se tornarem um problema na sala de aula tendo em vista tamanho desinteresse em aprender.

E o descaso muitas vezes vem dos familiares também, pois muitos pensam que cumprir a lista na íntegra, pagar um bom colégio os exime da obrigação.

Esquecem-se da responsabilidade me passar os valores, de se interessar e acompanhar a vida escolar dos filhos, do dever de se integrar na escola para somar e não apenas atuar como expectador contribuinte.

Diante da correria imposta pelo cotidiano muitas vezes deixam de passar para os filhos a importância em ser e não a de ter.

Às vezes o consumismo desenfreado funciona como “ moeda-sossego” , ou seja, liberam tudo o que o filho pede pois assim economizam no diálogo.

Mas,  na medida em que o liberar geral avança, os limites enfraquecem.

Estranho comportamento, muitos pais pagam para não ouvir.

Como já observado passam procuração irrestrita para a escola omitindo-se da responsabilidade vital como pais.

Voltando aos menos favorecidos o ano escolar se mostra árduo, desafio diário.

Diante dos desafios não vivem.


Empurrados para o dia seguinte, o ano seguinte, tudo sempre muito igual.

Vivem a luta diária extraindo as expectativas do nada.


Á exemplo da natureza onde se vê brotar a mais bela das flores por entre as pedras íngremes das rochas, esta situação adversa se transforma em um desafio para muitos.

Dotados de uma estrutura familiar equilibrada, (atravessar por dificuldades de ordem financeira em momento algum foi sinônimo de desagregação), desde bem cedo os jovens recebem amor, estímulo e formação para se tornarem cidadãos responsáveis.

Indiferentes ao precário material escolar, indiferentes à toda sorte de dificuldades aprendem que o saber é o melhor caminhos.


Bebem da fonte do conhecimento, da dedicação, da disciplina.

Visualizam o horizonte descortinado que somente o saber proporciona.

Em outras palavras o ser é tudo, pois ele possibilita o ter – ter consciência enquanto cidadão contributivo, atuante, participativo e sabedor de que tudo é transitório.

A formação, como a própria palavra identifica abrange a estrutura familiar já comentada, a vivência dos princípios cristãos, a disciplina e determinação, o pleno entrosamento família-escola.


Quanto aos pais, independente das classes sociais cabe educar com amor e limites, mostrando a importância de cada um no contexto do universo.

Educar com serenidade, com prazer e não como algo entediante.


Tentar corrigir a situação depois da omissão é praticamente Impossível.

O ser humano ao nascer se assemelha à uma página em branco, as primeiras linhas registradas pelos pais, pelo seio familiar.

Fazer toscos rascunhos revelados diante do descaso para depois tentar reverter tentando criar uma obra prima nem pensar. O tempo não permite.

Pondere-se ainda que antes do profissional existe o ser humano.


E este ser humano para que cumpra a jornada transitória necessita desde a tenra idade do amparo, do amor, dos limites, do diálogo, do aprendizado.

Aos abastados fica a sugestão para que consumam o necessário, que doem o que não usam que olhem os estudantes da periferias, o menos favorecidos como irmãos, que aprendam a dividir e assim somarão.

Aos que contam com um orçamento apertado ou dificuldades de toda sorte, não desistam, estudem, aproveitem acreditem -  formação é tudo.

Aqueles que pretendem beber da água da sabedoria, o bom senso orienta no sentido de que busquem um único,  porém profundo poço para se deleitar em conhecimento.

Início das aulas - tempo de repensar, de esvaziar as gavetas da omissão, de abrir o coração para a solidariedade, de se fazer a soma necessária - família, estudante e escola para que todos tenham um País melhor. (Ana Stoppa 12.01.2011)


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publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 03:18

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