Advogada, Escritora, Ativista Cultural, Natural de Santo André, Estado de São Paulo. Acadêmica, Cadeira n. 43 - Academia Nacional de Letras Portal do Poeta Brasileiro - ANLPPB www.anastoppa.prosaeverso.net

07
Jul 13


Filho do Coração


 

Se um dia te indagarem  de onde vens

Diga confiante sou um filho do coração

Diga que és  amado  desmedidamente

Que Deus Pai deu-te um lar de presente

 

Se um dia te indagarem sobre teus pais

Não titubeie,  tampouco olhe  para trás

Demonstre com serenidade e confiança

O diferencial da tua estrela da esperança

 

Se um dia te indagarem sobre  a família

Certamente dirá ser filho da melhor delas

Seguro na felicidade revelada em tua face

Descartando  tranquilo qualquer  disfarce

 

Se  quiserem saber da  felicidade o motivo

De amor fraternal  que teu ser descortina

Discorra  sobre  a imensa  bondade divina

Até que percebam o brilho em tua  retina

 

E  se  pessoas indagarem  és filho adotivo

Ignore pacificamente as  palavras inúteis

Diga  que tens amor, felicidade e alegria

Filho do coração no seio de tua família.

 

 

Ana Stoppa

 

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 09:41

21
Mai 13

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 08:07



Adorável Visita

   
 
Passava das oito da noite quando Adélia ouviu tocar a campainha.
 
Esparramada no sofá após um dia exausto,  atendeu sem a mínima vontade  diante da insistência.
 
Vivenciava  momentos difíceis – fim de um relacionamento antigo, distância dos amigos, solidão.
 
Entorpecida pelo silêncio noturno emoldurado pelas longas madrugadas
pouco fazia  para si.
 
Meio que no automático cumpria as atividades profissionais, para o restante especialmente o lazer cerrara as portas por tempo

indeterminado.
 
No portão uma menina – devia ter uns 8 anos no máximo.

Antes que Adélia perguntasse o que buscava, a pequena expressando um largo sorriso adornado pelo brilho dos olhos disse

que precisava de um abrigo.
 
Estranhou  o pedido.

De onde veio esta menina -  pensou.
 
O semblante terno da criança foi suficiente para que abrisse o portão.
 
Convidou-a para entrar.
 
- Quero um abraço, você pode cuidar de
mim apenas por hoje?
 
A voz meiga e a  confiança  passaram para Adélia a impressão de que conhecia a criança.
 
Afagou-a com ternura, ofereceu a poltrona branca,pediu que se sentasse enquanto preparasse um lanche.
 
Sentiu uma alegria com a presença, percebeu o quanto amor poderia  compartilhar, o quanto tempo estava perdendo

se fechando para a vida.
 
Conversaram muito!
 
- Que menina encantadora!
 
- E seus familiares, sabem que você está por aqui?
 
- Sabe sim!
 
A senhora não me observa, mais todos os dias estou no lado oposto da calçada. 
 
Percebo que muitas vezes a senhora entra chorando.

Não a vejo sair de casa a não ser para o trabalho, nunca vi visitas.
 
E as luzes  estão sempre apagadas.
 
Pensei, esta moça deve ser triste.
 
Por isso bati no seu portão.
 
Na minha família somos todos assim.
 
Desde pequenos somos orientados  para ajudar o próximo, no que ele mais precisa
– o calor humano.
 
Minha mãe sabe que estou aqui,  posso ficar até amanhã.
 
Adélia não sabia o que dizer!

Como uma menina daquele tamanho dizia coisas com tanta propriedade?
 
Enquanto ouvia sentiu abrir as emperradas janelas da alma.
 
Abraçou demoradamente a criança de quem nem o nome sabia.
 
Não precisava, a felicidade do momento bastava.
 
Preparou  a cama com um lençol bordado pela mãe com margaridinha adornados de renda.
 
Trocou a fronha do travesseiro de macela, perfumou o quarto ofereceu para a menina dormir.
 
Maravilhada com o acontecido,  adormeceu na cama ao lado.
 
Ao despertar  notou que a pequena havia partido!
 
Percebeu que algo mudara  naquela manhã.
 
Sentiu paz, alegria, felicidade, vontade de compartilhar abraços, de apagar o passado, de recomeçar

a vida.
 
Mais que isso, através da prece agradeceu a graça recebida do Pai Celestial simplesmente por

estar viva.
 
Os sonhos adormecidos no arquivo das tristes lembranças deram lugar para as recordações

da infância.
 
Corridas, brincadeiras de rodas,  pular cordas,  amarelinha, jogar bolinhas de gude, peteca, brincar de

casinha e boneca. 
 
Saudades de um tempo distante.
 
Quando deixava a casa rumo ao trabalho reparou na soleira da porta de entrada um perfumado papel

  cor-de-rosa dobrado como origami.
 
Pegou-o com cuidado.
 
Na primeira dobra estava escrito – Adélia, para você!
 
Abriu-o delicadamente quando viu a foto da sorridente menina que tanta alegria lhe trouxera na

noite anterior.
 
Logo abaixo a mensagem escrita em letras douradas.
 
"Querida Adélia,  obrigada por  reabrir as portas do coração para me receber de volta em sua vida!"
 
Ao final a assinatura... 
 
Carinhosamente, Esperança,
(Filha do Amor e da Bondade).
 

 
(Ana Stoppa)

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 04:28

03
Abr 13

publicado por Ana Stoppa, Escritora Brasileira. às 19:13

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