Educar é dom, é missão divina.
Educar é deixar a própria existência renegada a um segundo plano, para fazer do magistério a razão maior da vida.
Educar carece de fé, amor, perseverança e paciência.
Educar, se assemelha a semear - o momento exato de preparar a terra, de adubar, de aguar, de verificar o tipo de solo, as possíveis
pragas, os defensivos.
Educar é esperar a semente germinar - umas se apressam em brotar, nascem viçosas, crescem, quase que sozinhas,
florescem e frutificam à vista do agricultor, sem perigo de pragas, sem perdas na colheita.
Outras, demoram, precisam de cuidados constantes, de olhos atentos quanto às possíveis infestações.
Os frutos nascem aos poucos, tímidos e mirrados.
Educar exige principalmente o exercício diário da compreensão e do perdão.
Educar é repentinamente perder o chão, ante uma atitude imatura do educando, ante à afronta – quando no fundo
tais comportamentos revelam por assim dizer um pedido de socorro.
Educar exige o pulso firme, como o do homem do campo, que mesmo penalizado se vê obrigado à podar, à aparar a
planta para florescer.
Educar é missão, e como tal conduzida pelo desígnio divino, pela Providência.
Educar é oferecer a mão amiga, a palavra de acalanto, é saber apreciar o perfume da rosa, apesar de tantos espinhos.
Educar é abraçar, é exercitar diariamente a compreensão.
É regar a planta que teima em não germinar, com a água da vida,a água do perdão, a água do amor.
Educar é preparar a geração futura na transitoriedade da breve existência, é ter a certeza que pelo viver cotidiano, dia a ]dia o mundo fica melhor.
Educar é ter sempre no coração, mesmo nos momentos mais difíceis, quando a seca de incompreensão teima em brotar, a certeza do dever cumprido.
Educar traduz em felicidade o mínimo progresso do educando, revigorando a paz interior, quando se encontra frente à frente com
o Pai Maior nos momentos de oração.
É sentir na alma a superação das barreiras, a compreensão do incompreensível, o revigorar das forças.
A terra é árida, as sementes são muitas.
Educar é saber que, não importa o tempo, mas as sementes germinarão, ainda que lançadas sobre pedras, posto que o amor atinge a mais resistente das rochas.
Afinal, somos parte do mesmo Universo! Ana Stoppa